quarta-feira, 28 de julho de 2010

Francis Wheen


Aproveitei o recesso nas minhas atividades docentes, que chegaram logo após a correria do fechamento do semestre, para tirar uns dias para descansar um pouco e fazer outras coisas. Fiquei vários dias sem responder e-mails e sem escrever no blog. Li algumas coisas sem compromisso e assisti filmes que eu queria assistir há algum tempo.
Mesmo que não se trate de férias, um recesso no meio do ano vai bem. Um amigo me disse certa vez que os 3 melhores motivos para se tornar professor são: julho, janeiro e fevereiro. E não deixa de ter razão. O que cansa mesmo não é dar aula. Ao menos para mim, o que mata são os compromissos que estão no “pacote professor”, quais sejam: corrigir provas e trabalhos e preencher, com um mínimo de asseio, os cadernos de chamada.
Bueno, depois de justificar para a minha consciência (o mais cruel dos algozes) o silêncio com relação ao blog, volto preguiçosamente à ativa falando sobre um dos poucos assuntos que me interessam de fato: livros.
Das últimas leituras, devo registrar aqui “Como a picaretagem conquistou o mundo”, do jornalista britânico Francis Wheen. Além de colunista do The Guardian, o que já não é pouco, ele é lembrado com frequência pela biografia de Karl Marx, traduzida para o português pela mesma Record que publicou em 2007 o livro que ora comento. O mote é tentador: o mundo contemporâneo, segundo Wheen, viveria nas mais diversas áreas (religião, política, economia e humanidades) um regresso ao obscurantismo mais vil.
Ele coloca em paralelo a tomada do poder do Aiatolá Khomeini (representando o obscurantismo religioso vindo do oriente) com a chegada ao poder de Margareth Tatcher, na Inglaterra, representando um mergulho na imbecilização ao sabor ocidental. Bem, o livro é provocativo, tem diversas passagens divertidas, mas o autor é superficial em diversas passagens, faz resenhas de alguns livros no lugar de análises e cria algumas estratégias textuais pega-trouxa. Não acho que seja tempo perdido, muito antes pelo contrário, mas é muito superficial para o meu gosto.
Não vou entrar em maiores detalhes porque não estou com disposição para gastar pólvora com chimango. Como dizem os jogadores de futebol que estão há um tempo sem jogar, estou sem ritmo de jogo.

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