domingo, 29 de agosto de 2010

Geração Beat


Claudio Willer, além de grande poeta e tradutor é um crítico sensível, em especial de poesia. Em “Geração Beat”, título recém lançado pela L&PM na simpática coleção Encyclopaedia , faz as vezes de historiador da literatura com grande êxito.

O livro, simples sem ser simplório, fornece um ótimo painel da “Geração Beat”, dando maior atenção aos seus autores centrais: Allen Ginsberg, Jack Kerouac e William Burroughs. Willer é, ao lado de Eduardo Bueno e alguns outros, responsável pela tradução e divulgação desses autores entre nós, e ao narrar as linhas mestras desse “movimento” dá a ver toda a sua intimidade com a obra dessa geração de poetas, narradores e contestadores sociais cuja influência na moderna prosa americana é indiscutível.


Devo confessar que após ler o livro de Willer entreguei-me a uma revisão das obras Beats que eu já havia lido e gostaria de passar os olhos novamente, assim como outras tantas que cabem sob essa definição guarda-chuva. Reli algumas coisas do Ginsberg, de todos o autor que eu conhecia melhor, li outras tantas do Kerouac que eu havia deixado passar, além do velho Burroughs. Aproveitei para reler algumas coisas do não-Beat mais Beat de todos: Bukovski. E como a obsessão é o meu lema, dediquei várias horas a autores influenciados pela primeira leva de Beats, como o grande Hunter Thompson. Mas esse merecerá uma postagem dedicada somente a ele.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Por amor às...


Vivo em meio aos livros. Misturam-se, na minha relação com a página escrita, o prazer de leitor, as tarefas de professor e, eventualmente, o gesto de criá-los. Mas sou obrigado a dizer que poucas coisas são mais prazerosas do que a escolha, a compra e a leitura de um livro há muito desejado.

É curioso ver as diferentes maneiras pelas quais se manifesta o desejo pelos livros. Às vezes se trata de um livro raro, há muito tempo desejado justamente pela sua raridade, que transforma a sua busca em um jogo. Uma obsessão alimentada por várias visitas a sebos, por diversas navegações pelas páginas da Estante Virtual e que só se completa com a obra em minhas mãos.

Outras vezes, ao saber de um livro cuja existência eu desconhecia, sinto-me lesado. Penso sobre como havia vivido tantos anos sem saber da existência daquela obra, que no exato momento em que se abriu frente aos meus olhos revelou um universo extraordinário e ainda desconhecido. Ao ler pela primeira vez Céline ou Isaac Bábel, senti um misto de alegria pela descoberta e tristeza pelos anos que passei sem conhecê-los.

Por tudo isso, ao comprar um livro que não seja um mero objeto de trabalho mas sim um objeto de desejo, por mais que muitas vezes essas coisas estejam imbricadas, gosto de realizar alguns rituais. Ler as orelhas, a quarta capa, folheá-lo despreocupadamente, cheirá-lo.

Ao colocar as mãos no Dicionário Analógico da Língua Portuguesa, tive uma misto de todas aquelas sensações e pude cumprir toda a minha ritualística. Que espera e que obra! Li sobre ele, pela primeira vez, nos anos 90, em uma entrevista concedida pelo Chico Buarque a revista Caros Amigos, o mesmo Chico que faz a apresentação da obra.

Fruto da dedicação do professor Ferreira, como gostava de ser chamado, o dicionário foi publicado pela primeira vez na década de 1950. Não se trata de um dicionário de significados de palavras, mas um dicionário de expressões análogas, pensado para auxiliar na escrita. Ele oferece o que é chamado, na apresentação da nova edição, de uma nuvem de palavras.

A obra é pensada para quem se delicia com a carpintaria da criação literária, com a busca da expressão mais exata para cada situação. Esta obra, que foi legada por Sergio Buarque de Holanda a seu filho, que dela se serviu para compor e escrever seus romances, volta às livrarias e torna-se acessível a todos nós.

A referência:

Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Dicionário analógico da língua portuguesa. 2 ed. atualizada e revista. São Paulo: Lexikon, 2010.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Paisagem Moderna

Daniela Kern, professora do curso de História da Arte e do PPG em Artes Visuais da UFRGS acaba de publicar um belo livro: Paisagem moderna: Baudelaire e Ruskin. O livro é uma seleção de ensaios desses que foram dois dos maiores críticos de arte do século XIX, traduzidos e comentados por Daniela Kern. Saiu pela Editora Sulina, de Porto Alegre e tem o apoio da Capes e do PPG/AVI da UFRGS. Abaixo, o release da editora:
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A Editora Sulina apresenta



PAISAGEM MODERNA, de Charles Baudelaire e John Ruskin
Introdução, tradução e notas
Daniela Kern

O trabalho de Daniela Kern, ao nos dar acesso aos textos de Baudelaire e Ruskin, é uma importante contribuição aos estudos de História da Arte e da Cultura ocidental no século XIX, século que constitui e aprofunda as bases da cultura do século XX, os tempos modernos.

Ao traduzir e comentar dois dos mais significativos autores de crítica de arte do período, temos pela primeira vez em língua portuguesa uma coletânea de extratos dos textos dos autores sobre pintura de paisagem e sobre a nova paisagem urbana em formação na Paris e na Londres do século XIX.

O livro Paisagem Moderna: Baudelaire e Ruskin reúne textos sobre pintura de paisagem e paisagem urbana de dois dos maiores críticos de arte do século XIX, John Ruskin (1819-1900) e Charles Baudelaire (1821-1867), perfeitos contemporâneos. Ainda que nunca tenham mencionado um ao outro em seus escritos, há vários pontos que os unem: a admiração por grandes coloristas (Turner no caso de Ruskin e Delacroix no de Baudelaire), o fato de conceituarem o sublime, a preocupação com o avanço da indústria, o posicionamento crítico com relação à fotografia e o temor diante da destruição do patrimônio arquitetônico medieval levada a cabo pela “haussmanização” das cidades europeias. Os textos que compõem Paisagem Moderna: Baudelaire e Ruskin possibilitam, em suma, uma visão privilegiada das principais análises dos dois grandes críticos acerca daquele que ambos consideravam o gênero artístico mais radicalmente moderno: a paisagem.

Daniela Kern é professora do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais e do Departamento de Artes Visuais da UFRGS. É doutora em Letras pela PUCRS e autora de diversos artigos acadêmicos sobre temas das áreas de artes visuais e literatura. É tradutora dos livros A distinção: a crítica social do julgamento, de Pierre Bourdieu, e O mercado da arte, de Raymonde Moulin.


Capa: Danni Calixto (sobre desenho de John Ruskin)
Nº de páginas: 246
ISBN: 978-85-205-0565-6
Preço de Capa: R$ 30,00
Departamento editorial e divulgação: (51) 3019. 2102
Editora Meridional/Sulina
www.editorasulina.com.br
Tel (51) 3311-4082
Fax (51) 3264-4194

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Euterpe

Por meio do interessante blog do Marcelo Coelho descobri Euterpe, blog dedicado à música erudita. Tudo o que vi gostei demais! Passei por aqui só para deixar o link. Comentários meus, em breve.

http://euterpe.blog.br/