terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Orgulho de ser gaúcho!

Se em parte a burocracia é algo que garante o respeito às regras do tal do estado democrático de direito, tem momentos em que a falta de sensibilidade nos deixa atordoados. Vejam a matéria abaixo.

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03/02/2009 - 21h13
Burocracia tira vaga de cotista ex-morador de rua na Federal do Rio Grande do Sul
Da RedaçãoEm São Paulo

O cotista Geovan de Sousa Araújo, 38, conseguiu a aprovação no curso de matemática na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), mas viu seu ingresso ser cancelado pela burocracia. A falta de documentos e a demora para a emissão fizeram com que o ex-morador de rua perdesse a cadeira neste ano letivo.
Araújo afirma ter levado cópias do certificado de conclusão do ensino médio e do histórico escolar para a efetuação da matrícula.
Geovan de Sousa Araújo, 38, conseguiu a aprovação no curso de matemática na Federal do Rio Grande do Sul. No entanto, o edital da universidade exigia cópias autenticadas ou a apresentação dos originais. O estudante afirma que tentou resgatar o documento; mas, não teve tempo hábil. "Estudei no Piauí e pedi os documentos no dia 21 de janeiro. Mas a Secretaria de Educação informou que só poderia mandar depois de um mês", conta. A lista de aprovados na faculdade foi divulgada no dia 16 de janeiro."Estou em Porto Alegre há dois anos e meu desejo é continuar aqui. Este é o terceiro vestibular que faço na federal. Mas estou há 19 anos tentando fazer faculdade", lembra Araújo, que hoje integra um movimento de moradia da capital do estado.
O estudante viu o prazo de registro se esgotar -- a matrícula precisava ser efetuada no Instituto de Matemática no período das 11h às 11h30 desta terça-feira (3) -- e procurou dirigentes da instituição, que teriam dito não poder abrir exceções.
Luta e suor
"Tudo o que faço tem muita luta e suor. Quando fiz o ensino médio, tinha de andar 12km, 13km, para ir e voltar da escola todos os dias", diz. Original da cidade de Pameirais, no interior do Piauí, Araújo vive distante da mãe, a aposentada Maria Isabel de Sousa Araújo, 62.
A ex-lavradora batalhou junto com a irmã de Araújo para conseguir os documentos. "Queria que ele não perdesse essa oportunidade para ser alguém na vida. Ele não teve oportunidades, mas é batalhador e tem vontade de vencer", diz ela.
O UOL Educação tentou entrar em contato com a universidade, mas não obteve sucesso até a publicação desta reportagem.