quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A Palavra Pintada


Palavra pintada

O livro "A palavra pintada", de Tom Wolfe, foi recolocado no mercado pela Rocco. Trata-se de um belo livro. Discutível e por vezes um pouco exagerado na caricatura, o que são características muito bem vindas quando se trata de um ensaio, nele o escritor e ensaísta passa em revista o imbroglio formado por críticos, artistas e boêmios na época dourada do expressionismo abstrato e da emergência da Pop Art nos EUA.
O tom é sardônico e o livro procura equilibrar a sua bem destilada ironia com uma leitura sofisticada do universo das artes em Nova York, mais especificamente o papo mantido entre os ricaços de uptown e os jovens artistas de downtown. Do ponto de vista mais específico dos pesquisadores de arte contemporânea ele interessa pela crítica tecida ao papel de preponderância dado pela crítica na época à teoria artística.
É de se lamentar, no entanto, que a reedição do livro tropece em alguns erros tolos de tradução e em opções não muito interessantes feitas pela tradutora. Comento um desses deslizes, por assim dizer. Trata-se referência feita pelo autor à obras de Andy Warhol. Ao falar da obra Brillo Box, literalmente uma pilha de reproduções feitas por Warhol de caixas de sabão em pó, a tradutora colocou na boca de Wolfe a expressão bombril!
Detalhe que de forma alguma invalida a leitura da obra, é bom que se diga.