segunda-feira, 27 de abril de 2009

O modernismo sob o signo da heresia


Peter Gay é um desbravador. Sua pentalogia dedicada a cultura vitoriana já garantia a ele um lugar de destaque no panteão dos historiadores, seja pela erudição, seja pela orginalidade com que aproximou psicanálise e história. Psicanálise, aliás, que ocupou boa parte da sua obra, seja com a incontornável biografia que escreveu de Freud, seja com "Freud para Historiadores".
Sua mais recente obra publicada em português chega às nossas livrarias relativamente próxima da sua edição norte-americana (lá, foi publicada no final de 2007, aqui, em março de 2009) e intitula-se "Modernismo, o fascínio da heresia". A obra além de elegantemente escrita é riquíssima por sua abrangêngia, uma vez que ela cobre, ao menos panoramicamente, arquitetura, artes plásticas, poesia, prosa e teatro, em um arco de mais de um século. É claro que, aqui e ali sentimos falta de uma discussão de maior profundidade sobre alguns temas candentes, como as artes plásticas ou mesmo a arquitetura, mas como o próprio autor esclarece logo nas primeiras páginas da obra, a sua intenção não é oferecer um estudo monográfico e sim um panorama que perseguisse o tema da heresia modernista, vista aqui como a crítica dos valores da sociedade burguesa, tal qual vista pelos artífices do movimento. O certo é que se trata de uma bela obra de leitura obrigatória para nós que nos interessamos pelos caminhos seguidos pela arte, do século XIX ao XX e, quiçá, ao XXI.

Nenhum comentário:

Postar um comentário